Sempre, como qualquer garota, já quis ter um professor lindo, como os de filmes americanos.
Passei toda minha vida escolar, até a 8ª série, com os mesmos professores, gordos, feios, chatos, retardados, tudo menos bonitos.
Até que como já podem imaginar, quando cheguei no primeiro ano do ensino médio, na primeira aula, do primeiro dia, um dos homens mais bonitos que eu já tinha visto em toda a minha vida, sua beleza, seu sorriso, sua boca, seu corpo, MEU DEUS, era o homem mais lindo que eu já conheci!
Era meu professor de literatura, e como uma boa e atenciosa aluna, fui conversar com ele, me apresentar e falar o quando eu amava livros, e logo tivemos uma longa conversa que durou todo o intervalo.
De primeira impressão, todas as meninas da sala, o amaram, e prestavam atenção loucamente na aula dele, babavam por ele, mas como as outras meninas da escola, depois de um mês no máximo, já desencantaram dele, pois ele não dava muita conversa, já que ele era um homem muito bem casado.
Mas a minha louca atração por ele não passou, e mesmo assim, como ele era um homem casado, coloquei em minha cabeça, que era uma simples paixão platônica, uma atração física por um professor bonito, que eu nunca tive.
Um tempo se passou, e logo comecei a ficar com um menino da escola mesmo, e a primeira vez que Rodrigo – meu professor – nos viu juntos, sua face se fez em uma expressão estranha, que eu não conseguia decifrar, me parecia meio bravo, meio decepcionado, e até com um pouco de ciúmes, mas pensei que deveria ser coisa da minha cabeça.
Na aula, que foi no dia seguinte, Rodrigo me perguntou:
- Você ta namorando Bárbara?
- Não, porque Rodrigo? – eu tinha essa intimidade com ele.
- Porque eu vi você junto com o Vitor do segundo ano ontem voltando da praça perto da padaria.
- Ah, claro – eu sorri abaixando o olhar, e coçando a testa – é a gente ta junto, mas não é nada oficial nem sério.
Ele resolveu descontrair.
- Tava na cara que você não ia arrumar um namorado tão bonito como eu, então resolveu nem iludir o Vitor, não é mesmo – ele sorriu com a cara mais irônica que eu já vi.
- Então vamos resolver isso – eu disse no mesmo tom de brincadeira, mas com um fundo de verdade.
- Como?
- Namora comigo e a gente resolve isso – disse já me aproximando.
- Claro, é pra já!
Ele me jogou contra a lousa, prendeu meus pulsos em sua mão, e jogou na lousa, se aproximou colou sua testa na minha, seu nariz no meu.
Decidi colocar ordem na situação, tirei meus pulsos de sua mão, coloquei-as em seu pescoço, puxei seu cabelo, e finalmente o beijei, com direto a mordidas, e arranhões.
O sinal bateu, eu o soltei e sai com a maior naturalidade.
Voltei pra sala, tivemos aula normal, mas a todo o momento me perdia nas lembranças do melhor beijo da minha vida.
Peguei um pedaço de papel, e escrevi:
“Só queria saber se gostou do gosto do meu gloss de maçã verde”
O chamei em minha carteira, perguntei sobre um exercício, e deixei o bilhete em sua mão.
Enquanto a sala fazia os exercícios, ele leu o bilhete, olho em minha direção, sorriu indiscretamente, mordeu o lábio, e acenou sim com a cabeça.
Escreveu-me outro bilhete que dizia:
“Gostei muito, espero que tenha de outros sabores, eu enjôo fácil”
Eu sorri, senti minhas bochechas corarem, então olhei pra ele, e o sinal bateu, ele saiu da sala, e eu fui embora, com o Vitor.
Logo quando eu cheguei em casa, entrei no meu facebook, e tinha um recado do Rodrigo:
“Não quero mas você com o Vitor, você é minha agora, não quero ver você beijando outro”
Eu gargalhei sozinha na frente do meu notebook, e respondi dizendo:
“Como quer que eu pare de ficar com o Vitor, se você é casado?”
Ele me respondeu meio enciumado:
“Mas mesmo assim, ela é a oficial, e você é a primeira”
Não resisti, e firmei o pé, e decidi que não terminaria com o Vitor.
E no final de tudo ficamos assim, cada um com os seus ‘oficiais’, mas um tendo ao outro em primeiro lugar.
Nunca pensei que aos 15 anos me tornaria amante de um cara mais velho, mas tenho que confessar, foi o melhor relacionamento que tive minha vida toda, foi a melhor coisa que me aconteceu, era perigoso, gostoso, intrigante, era maravilhosamente bom.